O Piauí tem 6100 policiais militares, apenas cerca de 2100 estão em cidades do interior. A capital tem 4 mil PMs mas 843 estão à disposição de órgãos públicos do Estado. Isso quer dizer que 21% dos PMs que deveriam proteger a população, trabalham como motoristas de autoridades, guarda de prédios, entre outras atividades.
Só no Tribunal de Justiça trabalham 130 PMs. No topo dessa lista também estão a Assembleia Legislativa e o gabinete de assistência militar da governadoria. Já no Corpo de Bombeiros, dos 320 bombeiros militares, 80 estão à disposição da Infraero nos aeroportos de Parnaíba e Teresina. Uma audiência pública convocada pela 44ª Promotoria de Justiça da Fazenda Pública discutiu o assunto na manhã desta quarta-feira, dia 19. Para os representantes das associações de oficiais da PM, Cabos e Soldados e Bombeiros, o emprego de PMs e Bombeiros Militares em outros órgãos e poderes configura desvio de função. Segundo o presidente da Associação dos Oficiais da PM (Amepi), o tenente-coronel Carlos Pinho, a assistência militar em órgãos públicos não tem fundamentação legal. "O último planejamento da PM data de 1977, o policial acaba por desempenhar funções sem previsão legal." Ainda segundo o tenente-coronel, "a aprovação de uma nova Lei de Organização Básica da Polícia Militar é importante para limitar a quantidade de PMs à disposição de órgãos públicos e determinar que funções devem desempenhar." Como encaminhamentos, o promotor Fernando Santos decidiu convocar nova audiência pública, marcada para dia 27 de novembro, em que serão convidados os Secretários de Segurança, Governo e Administração, o Comandante da Polícia Militar e o Procurador Geral do Estado.
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