As falas de Bolsonaro o colocam em um patamar invejável de dissidência e de conflito institucional com sua equipe e com os servidores públicos da esfera de governo que ele representa, a federal. Tudo parece calmo, quando do nada, ele gera crises e desgaste ao seu governo, desnecessariamente.
No fim do ano passado, o governo reservou R$ 1,7 bilhão para contemplar reajuste salarial apenas para categoria da segurança pública: PF, PRF e DEPEN. O governo certamente não avaliou o quanto isso seria ruim para a sua imagem.
O episódio sobre o reajuste salarial somente para os agentes da segurança pública em que Bolsonaro se envolveu ajudou a turbinar o “portifólio” de desgaste a sua imagem. O que temos aqui não são apenas falas desconexas com a realidade do país, mas as consequências das falas desastrosas do presidente, que não consegue sintonia com a equipe que lidera.
Para não ficar só campo retórico (o que seria perda de tempo ler tudo isso), dois exemplos demonstram que as decisões dentro da equipe de Bolsonaro não conseguem fluir com linearidade. A cada momento alguém está disposto a desdizer o que foi dito. Algo muito semelhante à uma Babel. Tudo a que assistimos leva a crer que Bolsonaro tem dificuldade de se conectar com a realidade.
O vice-presidente Hamilton Mourão, mais conectado com a realidade, declarou que “não há espaço no Orçamento para conceder aumento salarial aos servidores públicos”. O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a alertar o presidente Jair Bolsonaro para o fato de que conceder o reajuste apenas para uma categoria - no caso, a da segurança pública, geraria insatisfação. E Guedes não errou: o governo tem sido pressionado por outras categorias, como a dos Auditores da Receita Federal, por aumento também, o que só fez desgastar ainda mais a imagem do governo, já superdesastrada.
Ao ver que o anúncio não passou de uma falta de conhecimento dos limites do Orçamento Geral da União, o governo, já desgastado pelo que afirmara em sede reajuste, teve que suspender o anúncio do ajuste que causou mais turbulência do que satisfação. Espera-se que ele, com mais essa, possa aprender sobre os limites do status de um governante.
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Vivemos tempos de contradições