O programa social Bolsa Família, que é o carro-chefe do novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a registrar a demanda acumulada de famílias na fila, mesmo após ter sido relançado e zerado o déficit de benefícios concedidos. De acordo com o relatório oficial do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), há atualmente 438 mil famílias aguardando a inclusão no programa. Esse número representa um aumento na demanda em relação a março deste ano, quando a fila havia sido eliminada. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

O governo não conseguiu cumprir sua meta de acabar com a fila do Bolsa Família até dezembro, o que vai contra suas projeções anteriores. Isso ocorre apesar de ter conseguido aprovar a PEC de Transição no Congresso, que disponibilizou R$ 70 bilhões adicionais para o programa sociais neste ano, além dos R$ 105 bilhões já previstos no Orçamento inicialmente.

No mês de março deste ano, quando o programa passou por uma reformulação, a fila do Bolsa Família foi zerada. Contudo, ao assumir o cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva herdou novamente uma fila de 498 mil pessoas à espera do Auxílio Brasil, nome dado por seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que antecedeu o novo Bolsa Família.

Atualmente, o Bolsa Família atende a 21,2 milhões de famílias, quantidade menor do que o público-alvo de 21,9 milhões do Auxílio Brasil. Uma das razões para essa diferença é a realização de revisões cadastrais para a exclusão de benefícios irregulares. Entre março e maio, o orçamento destinado ao programa foi reduzido em R$ 7 bilhões, mas o governo não atribuiu essa diminuição ao represamento de famílias na fila de espera e sim, ao pente-fino que foi realizado.