São João do Piauí, 06 de outubro de 2024
Joe Santos

Joe Santos

Análise: A eleição mais acirrada de todos os tempos
29/09/2024 04h40

O pleito eleitoral de 2024 em São João do Piauí deverá entrar para história como um dos mais decisivos de todos os tempos. De um lado, Alexandre Mendonça, que disputa pela quarta vez as eleições no município, e do outro, Ednei Amorim, que após exatos 20 anos, chegou ao poder, como sucessor de seu sobrinho, Gil Carlos Modesto Alves, e também disputa pela quarta vez.

A escolha de Alexandre Mendonça fez o cenário tomar um contorno ainda mais disputado do que seria se Eduardo Moura tivesse aceito o desafio de ir para segunda disputa. E não é difícil imaginar por quê.  Como Alexandre disputa pela quarta vez, ele chega à quarta disputa sabendo o que o levou a malogros sucessivos, e isso, de certo modo, o ajuda a se (re)organizar e corrigir falhas pontuais. Ademais, ele precisa dessa vitória para superar os insucessos que obteve em eleições passadas e manter viva a liderança a ela atribuída.

Já Ednei Amorim, apesar de ter perdido duas eleições consecutivas, foi o nome que Gil Carlos indicou à sucessão municipal em 2020, depois de oito anos à frente do Poder executivo de São João do Piauí. Se as eleições para Alexandre Mendonça se traduzem em honra ou superação, para Ednei significa ainda mais, significa a continuidade da nova oligarquia familiar no poder, vigente desde 2013, com a vitória do ex-prefeito Gil.

É mais do que verdade que perder o poder tão cedo não está, nem passa pela cabeça dos Amorins, os quais lutaram décadas para ascender a ele. Isso significará (ou significaria) não só uma simples derrota, mas um fator de desmoralização política, além de repercutir na eleição do deputado da família.

A luta pela continuidade e pela manutenção do poder político e administrativo local fez com que Gil Carlos viesse urgentemente para o município e se estabelecesse aqui. Não só isso, Gil tem feito itinerários relâmpagos em cidades vizinhas onde apoia candidatos a prefeitos para, logo em seguida, ter que fazer aparições em atos de campanhas para “socorrer” o tio prefeito-candidato, Ednei Amorim.

Do outro lado, Eduardo Moura assumiu de vez, como jamais se imaginara, as rédeas da campanha de Alexandre Mendonça, fazendo visitas e aparições pontuais em atos de campanhas do candidato escolhido por meio do consenso das oposições, doutor Alexandre.

A disputa nestas eleições remonta a uma rivalidade histórica não só de dois grupos familiares (um tentando voltar ao poder, o outro lutando pela permanência nele), e se dá com a presença de dois candidatos com mesmo número de disputas. Quem for derrotado no pleito em curso, na eleição mais acirrada de todos os tempos, dificilmente tentará a sorte na próxima, em 2028. Ou será que sim?

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