O que acontece em Manaus é um exemplo que o resto do Brasil precisa aprender a não fazer. É um conjunto de erros, que vai da teimosia irresponsável de uma parte da população à negligência e corrupção da classe política.
Primeiro vamos olhar para a população de Manaus, na verdade de uma parte mínima que comprometeu todo aquele município. Um grupo achou que não havia mais perigo e com irresponsabilidade essa gente promoveu eventos, aglomerações, especialmente nas festividades de final de ano. O uso de máscara está sendo relaxado. Podemos observar essas coisas equivocadas de certas pessoas aqui em São João do Piauí também, infelizmente. Esse descaso é uma aliança perigosa com a covid-19 e promove uma elevação de casos de pessoas infectadas pelo o novo coronavírus. Foi o que aconteceu em Manaus.
Outro ponto que observamos é a estupidez e a corrupção da classe política, dois defeitos que insistem mesmo numa guerra contra o novo coronavírus, que causa terror ao mundo. Vamos começar a olhar o governador do Amazonas Wilson Lima (PSC). Ele foi um fraco. Ainda em dezembro, decretou o lockdown, mas, no dia seguinte, voltou atrás por pressão de pessoas irresponsáveis de Manaus, e do estado do Amazonas. A revogação do lockdown foi comemorada, pasmem!, pelo filho do Bolsonaro, o Deputado Eduardo Bolsonaro, e pela a Deputada Bia Kicis, ambos do PSL.
Outro ponto ainda em relação ao governador Wilson Martins é saber para onde foi o dinheiro do povo para o enfrentamento do vírus da covid-19, dinheiro do povo que o presidente resistiu a enviar para os estados. Só liberou depois de muita pressão. Bom destacar que não é só em relação ao governo estadual do Amazonas que há acusação de corrupção em relação a esses recursos. É preciso investigar e descobrir quem desviou o dinheiro do povo, que deveria ter ido ao combate em face da covid-19. Não se entende, por exemplo, como se fecha um Hospital de Campanha em Manaus, lembrando que lá foi uma das cidades que mais sofreu com a covid-19 no Brasil. Quem não se lembra das valas coletivas porque não tinha como enterrar tanta gente que estava morrendo por lá?
Aqui no Piauí, na minha visão, há esse erro também. O Hospital de Campanha, que funcionou no Ginásio Verdão, por exemplo, ficou em atividade por apenas 03 (três) meses. Até hoje não entendo porque foi encerrado, assim como não entendo por que razão não se abriu um Hospital desse tipo aqui no sul do sertão.
Olhando para nível federal, o Brasil está à deriva com um presidente negacionista, irresponsável, que incentiva seus seguidores a não respeitarem as medidas sanitárias e ainda espalha fake news para atrapalhar o combate à covid-19, até com ideias que a ciência não comprovou. Uma fala dele chamou a atenção: ele disse que estava proibido pelo STF de fazer alguma coisa no combate ao novo coronavírus. Mentira! O que o STF tinha decidido era que o Governo Federal não poderia revogar as medidas de isolamento e sanitários de estados e municípios. O presidente queria revogar todas as medidas sanitárias de governadores e governadoras, de prefeitos e de prefeitas, medidas essas que salvaram a vida de vários brasileiros e brasileiras. Agora era permitido que o Governo Federal traçasse estratégias, coordenasse ações com estados e municípios (algo que sempre foi cobrado: unificação das ações), provesse medicamentos e equipamentos, adquirisse vacinas etc. Essa é que a verdade!
O Bolsonaro não facilita o combate ao novo coronavírus. Muitas vidas brasileiras teriam sido salvas se não fosse a inoperância do Jair Bolsonaro. A gente tem que se lembrar das coisas direito. Vejo muita gente falando: “ah, mas ele mandou dinheiro, mas foi desviado”. Se isso aconteceu, e há indícios que realmente aconteceu em vários lugares, que a Polícia Federal descubra quem fez isso e que a Justiça faça esse pessoal pagar pelo crime, mas lembremos que o Governo Federal não colaborou devidamente. Lembremo-nos dos ventiladores mecânicos, que vários governos estaduais tiveram que adquirir sem apoio federal. Bom relembrar que o Governo Federal era contra o auxílio emergencial, que segurou a nossa economia. Depois Bolsonaro queria liberar auxílio no valor de R$ 200,00. Com a pressão do Congresso Nacional o auxílio emergencial ficou no valor de R$ 600,00.
Precisamos olhar para o hoje também. O Brasil está atrasado na questão da vacinação, bom lembrar disso. O presidente Bolsonaro faz pouco caso sobre a vacinação e seu governo fez deboche ao falar que não entende o motivo da pressa dos brasileiros e das brasileiras em se vacinarem o mais rápido possível. No caso de Manaus, por exemplo, um Procurador da República, o Doutor Igor da Silva Spindola, ou seja, uma pessoa neutra em arengas políticas, afirmou que o Ministério da Saúde foi comunicada 04 dias antes que faltaria oxigênio em Manaus. E o que o Ministério da Saúde fez? Nada! Só depois da tragédia é que começou a agir. Um absurdo! Bom que se diga que o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública da União, o Ministério Público do Estado do Amazonas e a Defensoria Pública do Estado do Amazonas apresentaram Ação Civil Pública contra o Estado do Amazonas e a União Federal, mostrando que o Governo Federal tem responsabilidade sim pelo o que está acontecendo em Manaus, no estado do Amazonas, enfim.
Não é hora de endeusar políticos. É hora de cobrar responsabilidade de uma parte mínima da população, que insiste em “furar” as medidas sanitárias, e também cobrar dos governantes, sejam eles municipais, estaduais ou federal, maior atenção no combate à covid-19.
Enfim, há uma sucessão de erros, que vai de uma parte mínima da população à classe política. O inimigo invisível está rondando e não se pode existir negligência e corrupção, aliás, em nenhum momento da vida pública essas coisas poderiam existir. A vida do povo brasileiro está em risco e não se pode ser irresponsável sobre esse assunto.
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